A História da Obra do Campus Aterrado UFF/VR, segundo Horácio
Conheçam a história das obras do campus Aterrado segundo Horácio Guimarães Delgado Junior, engenheiro civil - autor dos projetos básicos das obras do PUVR.
A História das Obras em Resumo – Parte I - EEIMVR
Primeiramente gostaria de agradecer o convite para participar como colaborador deste blogger. Para aqueles que ainda não me conhecem meu nome é Horácio Guimarães Delgado Junior, Matemático, Engenheiro Civil, Mestre em Engenharia Metalúrgica – EEIMVR/UFF orientado pelo Professor Erlen Viktorovitch Lenski, discente de doutorado do PPGEM, nascido no Hospital São Camilo – Volta Redonda – RJ em 1977, Professor da Escola de Engenharia Civil do UNIFOA, trabalho com carteira assinada desde 17 anos de idade, meu falecido pai era militar e foi de Soldado engajado em 1953 no quartel de Barra Mansa – Área de Segurança da CSN – a Capitão, posto máximo, terminando sua carreira como Delegado do Serviço Militar em Volta Redonda 1988, portanto além de toda a minha formação acadêmica ter sido em Volta Redonda minhas raízes familiares também são daqui desta terra, não sou filiado a nenhum Partido Político, apesar de meu tio ter sido presidente da câmara dos vereadores de Volta Redonda, trabalho com projetos civis desde que me formei tenho contribuído para o crescimento e desenvolvimento da região com mais de mil e quinhentos trabalhos técnicos já realizados em obras industriais, obras de infra-estrutura, obras prediais e obras offshore, tenho obra indicada prêmio talento estrutural e obra citada Guinness, tenho passado por momentos difíceis em minha vida familiar, recentemente perdi minha irmã esquizofrênica a quem eu cuidava desde a morte de meu pai e ainda cuido da minha mãe que permanece no leito face a seqüelas de um acidente vascular cerebral em 2000 e resolvi escrever este histórico para esclarecer os fatos acerca das obras do PUVR em que participei e que vêm ultimamente sendo foco de comentários por parte da comunidade acadêmica. Em meados 2007 fui chamado pelo Professor Alexandre, na ocasião ocupando o cargo interino de diretor do PUVR para avaliar a possibilidade de crescimento da escola de engenharia que passava por dificuldades de espaço, em face do crescimento e a vinda de novos cursos. Havia disponibilidade de capital remanescente de exercícios anteriores que deveria ser licitado ainda dentro do mesmo exercício 2008.
Realizamos a avaliação do complexo que abriga a escola de engenharia e como a grande maioria das obras apresentava um quadro hereditário de problemas fruto de crescimento e falta de plano de manutenção preventiva, sendo estes: patologias estruturais, infiltrações, instalações elétricas adaptadas sem a devida reestruturação, vazamento em instalações que poderiam comprometer estruturalmente as lajes, circulações e rotas de fuga inseguras e fora dos padrões normativos, prédio de laboratórios sem canalização preventiva de incêndio, distância entre escadas superiores a quarenta metros, entre outros. É oportuno esclarecer que certamente todas as intervenções realizadas no complexo foram as melhores que se puderam fazer nas ocasiões. A viabilidade técnica-econômica realizada apontou como mais eficiente o edifício Edil Patury Monteiro – Prédio de Laboratórios – que sendo o mesmo estruturado para laboratórios pesados em todas as dependências seria viável a partir de um novo plano de ocupação, laboratórios pesados no térreo, e um mix entre laboratórios leves, salas de aula e gabinetes de professores nos pavimentos superiores, dobrar a área construída sem a necessidade de intervenções significativas nas estruturas e nas fundações. A CAEP atual SAEP na ocasião nos forneceu cópia dos projetos estruturais e de alguns dos projetos de arquitetura e instalações do referido edifício. De posse destas informações elaboramos, em regime de doação e com a cooperação de profissionais ligados ao meu escritório, os projetos básicos de arquitetura, estruturas, instalações, complementares, cronograma físico-financeiro, planilha orçamentária, memorial descritivo, contratos, tudo conforme a lei 8666 e a obra de reforma e ampliação do edifício Edil Patury Monteiro foi realizada em dezembro de 2008.
Não haviam todos os recursos para a licitação da obra de reforma e ampliação do Edifício Edil Patury Monteiro, mas em face de sua real necessidade o diretor do PUVR conseguiu viabilizar a complementação orçamentária através de emenda parlamentar da deputada Cida Diogo e com recursos da própria universidade. O projeto de arquitetura foi elaborado e alterado durante a execução da obra com a participação ativa de membros da comunidade acadêmica buscando sempre a melhor solução para o atendimento das necessidades da escola sendo a base da conceituação original a horizontalização máxima do pavimento para otimização, concentração e funcionalidade espaços. A estrutura foi projetada de forma eficiente e uma solução bastante inovadora foi dada permitindo instalar um prédio metálico sobre um existente construído em concreto armado, otimizada, contemplando o uso de mísulas e vigas mistas explorando a vocação regional, reduzindo o prazo de construção e os custos da obra. O custo do metro quadrado construído é de cerca de mil reais, menor que a metade do custo de outra obra licitada pela UFF na cidade na mesma época. Isto permitiu construir o dobro da área com o mesmo recurso. O projeto prevê ainda a reestruturação de instalações como de ar condicionado que irão ser distribuídos através de prumadas especificas e seus condensadores instalados em passarelas sobre o telhado em local de fácil acesso a manutenção, instalação de duas caixas de escada à prova de fumaça locadas estrategicamente na edificação permitindo maior segurança aos usuários, dois elevadores permitindo o acesso a portadores de necessidades especiais a todos os andares do prédio, reestruturação dos sistemas de água e energia elétrica, adequação do sistema de prevenção contra incêndio e pânico, construção de cerca de cem gabinetes individuais de professores com aproximadamente dez metros quadrados cada um todos devidamente climatizados e com completa infra-estrutura de lógica e telefonia permitindo melhor acomodação para os docentes antigos e novos, reordenação dos espaços adequação dos laboratórios com acomodações seguras para professores e alunos, a sustentabilidade, a otimização das áreas úteis, localização do sol, redução do consumo de energia. Apesar de licitada em 2007 a ordem de serviço apenas foi dada em meados de 2008 e após a instalação da empreiteira Lytoranea no canteiro, a retirada do telhado e o inicio das demolições caixas d’água e de elementos de platibandas observou-se que em cerca de um terço da edificação as estruturas apresentavam-se executadas de forma diferente dos projetos fornecidos pela SAEP, pilares que eram para possuir dimensões de 20x110 centímetros em concreto armado estavam revestidos com alvenaria e possuíam na realidade 20x20 centímetros, vigas com armaduras inferiores as projetadas e lajes insuficientes colocando, patologias graves que colocavam a estrutura em risco iminente de colapso, não era possível prever isto na fase de projeto em face da “maquiagem” realizado com as alvenarias em torno da real estrutura – aparentemente a estrutura projetada era a executada. Logo após o início, a obra foi de forma estranha embargada por fiscais da Prefeitura Municipal de Volta Redonda, por motivo de denúncia que nos obrigou, imediatamente a elaborar Laudo Técnico, com o objetivo de esclarecer às autoridades competentes a gravidade dos problemas, e permitir a continuação da obra priorizada por este grande imprevisto. Era necessária a continuidade das investigações com abertura de fundações e a emergencial reforma estrutural impactada pela imediata evacuação da área. Em face disto demos início a uma minuciosa investigação da estrutura e das fundações para que se fosse possível verificar com precisão quais seriam as reais necessidades de intervenção e elaborarmos os projetos de recuperação estruturais e reforços. Na referida região da edificação todos os pilares tiveram que ser encamisados desde as fundações até a cobertura, pois eram insuficientes as lajes e vigas da cobertura tiveram que ser macaqueadas e reforçadas.
A realidade é que todo este processo de alteração contratual com a empreiteira, execução de obra e pagamento ainda é muito demorado no serviço público, estes e outros fatores alheios a minha vontade contribuíram para o atraso das obras. As soluções de engenharia propostas foram as melhores possíveis e o que não posso admitir é que pessoas critiquem o projeto sem terem condições de apresentar melhores soluções. Não projeto castelos de areia nem torres de papel... Faço obras dando o melhor de mim.
Quando faço um projeto coloco a minha alma e o meu coração, pois é o meu nome e vivo disto. Sobre “Os defeitos”, deixo transcrito a coluna de Paulo Coelho da revista do jornal Extra de 04 de outubro de 2009: “É curioso”, comenta o guerreiro da luz consigo. “Encontrei tanta gente que na primeira oportunidade, tentava mostrar o pior de si. Escondia a força interior atrás da agressividade, mascarava o medo da solidão com o ar de independência; não acreditava no próprio potencial e vivia pregando aos quatro cantos as suas virtudes”. O guerreiro não se deixa enganar pelas aparências, ele sabe que a sua força está no segredo. Mas sempre tenta corrigir suas falhas, já que as pessoas são sempre um bom espelho. Assim, um guerreiro aproveita toda e qualquer oportunidade para ensinar a si mesmo”.
A História das Obras em Resumo Parte II – A Obra do Campus Aterrado UFF/VR
No início de 2008 fui convidado pelo diretor do PUVR para acompanhá-lo as obras do prédio das Ciências Humanas que já estava sendo executado pela empresa Mello Júnior, administrada pela SAEP/UFF e seria visitada por representantes do MEC/SESU. Na ocasião da visita a obra encontrava-se em ritmo lento em face de vícios de contrato e a fiscal do MEC sugeriu que o diretor do PUVR solicitasse o rompimento do contrato e contratasse empresa de projeto para elaboração de nova licitação com outro objeto. Apenas no final de 2008 o contrato foi rompido. Os projetos originalmente propostos não possuíam todas as dependências necessárias para abrigar a ECHSVR dentro da sua proposta acadêmica. Não havia muito tempo, pois parte das outorgas iriam vencer ao final do exercício e para não perder parte dos recursos nova licitação deveria ser realizada até o final de 2008. Mas para que isto fosse possível, cumprindo a lei 8666, eram necessárias as seguintes peças: Projeto Básico Atendendo a Legislação Vigente e as Normas Técnicas da ABNT, Memorial Descritivo, Cronograma Físico-Financeiro, Planilha Orçamentária com Preços Unitários. Não havia tempo hábil para contratar empresa e, na ocasião, nos colocamos a disposição, gratuitamente, para ajudar doando a mão de obra para a preparação emergencial de todos os documentos. Preparamos uma força tarefa multidisciplinar que envolveu seis profissionais, ambos com grande experiência, sobre a nossa responsabilidade e desenvolvemos o maior projeto da UFF dos últimos vinte anos. O curioso é que até mesmo o diretor do PUVR botou a mão na massa e ajudou a elaborar o contrato, os memoriais descritivos, a planilha orçamentária e contribuiu tecnicamente com o projeto. Propomos um projeto eco-sustentável modular com o uso de tecnologias observando a vocação regional, isto, alem da redução de custo, cerca de metade do custo por metro quadrado licitado anteriormente, potencializava o ganho de prazo e a proposta era construir 13500,00 m² em seis meses. Isto foi planejado detalhadamente sendo o prazo viável e folgado (Tecnologia similar à última obra que gerenciamos em Belford Roxo que possuía 30.000,00 m² e foi construída em oito meses). Principais ganhos ambientais no projeto:
1) Orientação correta das fachadas à posição do sol,
2) Preservação e recuperação ambiental da faixa marginal do Rio Paraíba do Sul,
3) Tratamento de esgoto e demais efluentes,
4) Reuso de águas de chuva para descargas sanitárias,
5) Ampla área de convivência e estacionamento para 320 carros.
O projeto foi concebido de forma modular usando dry wall o que permitirá aos prédios flexibilidade e sinergia para a personalização de cada um conforme as necessidades da unidade a abrigar podendo ser alterado a qualquer tempo. Em 22 de dezembro de 2008, a obra foi licitada por aproximadamente R$15.000.000,00 (quinze milhões de reais), cerca de 1.100,00 reais por metro quadrado, incluindo toda infra-estrutura (cerca de metade do custo necessário para o término do projeto anterior) com um prazo assinado em contrato de seis meses a partir da ordem de início e a empresa ganhadora foi a ZADAR. Aguardamos até maio de 2009 e não havia perspectiva para que o órgão técnico da universidade desse a ordem de início para que a empresa pudesse montar o canteiro e começar as obras. Idealizamos o GREICA e montamos uma força tarefa local, gratuita, para gerenciar e fiscalizar as obras. Adequamos o planejamento da obra às novas datas inclusive com o dimensionamento dos recursos para que as obras fossem concluídas nos prazos estabelecidos. Para definirmos melhor a humanização dos prédios nos reunimos com a Escola de Ciência Humanas e Membros do Departamento de Ciências Exatas os quais contribuíram efetivamente para a definição e localização dos ambientes internos, tendo como principais ganhos:
1) Biblioteca com sala de leitura e terminais de computadores,
2) laboratórios de informática,
3) Gabinetes para todos os professores com completa infra-estrutura de instalações elétricas, ar condicionado, telefonia e lógica,
4) Laboratório de Física,
5) Laboratórios de Química,
6) Quiosques destinados à Xérox, Café, livraria e confecção universitária,
7) Três Auditório reversíveis em seis salas de seminários,
8) Amplos espaços para secretarias e coordenações,
9) Gabinetes individuais para os coordenadores e chefes de departamento,
10) Área destinada ao diretório e ao centro acadêmico, incluindo sala de estudos, reunião e recreação,
11) restaurantes universitários divididos em duas praças de alimentação.
Quanto aos restaurantes universitários, convém esclarecer, que a idéia concebida originalmente, era a de licitar os espaços para que as empresas de restaurantes ou franquias de alimentação ocupassem os espaços, e desta forma estabelecer entre si a livre concorrência garantindo a constante qualidade da alimentação, o subsídio às refeições estudantis e o fornecimento gratuito de refeições para os alunos carentes. Por motivação pessoal, ao final de agosto de 2009, tivemos que nos afastar do GREICA. É conveniente observar que a reitoria, naquela época, apoiou os projetos e disponibilizou a estrutura administrativa, mas é preciso também dedicação e vontade política da gestão local para que as obras aconteçam conforme planejado anteriormente. Vivemos um momento de grandes investimentos governamentais disponibilizados para a ampliação do ensino superior e da pesquisa no país. Está muito próximo de se alcançar o objetivo agora basta acompanhar o cronograma físico planejado (já postado e divulgado) com as devidas aplicações dos recursos (materiais e humanos), manter em dia as medições e os pagamentos da empresa e obter as outorgas legais para o funcionamento. Na condição de responsável técnico pelos projetos básicos de todas as obras da UFF em andamento em Volta Redonda continuo acompanhando-as e contribuindo efetivamente para o crescimento da academia na nossa cidade.
Horácio Guimarães Delgado Júnior
Aluno de Doutorado do PPGEM/ EEIMVR/ PUVR/ UFF
Engenheiro Civil
Autor dos projetos básicos das obras do PUVR.
2 comentários:
Este comentário acima me parece absurdamente vulgar e imcompatível com um blog de interesse acadêmico.
Não é mesmo?
Postar um comentário